12 profissionais de saúde de São Paulo já morreram com Covid-19, diz secretário municipal

21/04/2020

A última morte foi de um médico de 32 anos que trabalhava em uma UPA de Itaquera, na Zona Leste.

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Por GloboNews e G1 SP — São Paulo

SP já registra três hospitais municipais sem vagas na UTI

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse nesta terça-feira (21) que chegou a 12 o número de profissionais de saúde mortos com Covid-19 na capital. A última morte foi de um médico de 32 anos que trabalhava em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaquera, na Zona Leste.

Mortes por coronavírus chegam a 1.037 em São Paulo; estado tem 14.580 casos confirmados

"Nós temos hoje 3.336 profissionais [de saúde] afastados. Temos hoje, 532 profissionais confirmados com Covid [-19]. E tivemos 12 óbitos", falou o secretário de saúde, Edson Aparecido.

De acordo com o secretário, ele foi internado há uma semana e morreu na segunda-feira (20). "Infelizmente ontem, um médico da rede hospitalar nosso, da UPA [Unidade de Pronto Atendimento], na Zona Leste, de apenas 32 anos".

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo (Sindsep), entre os mortes estão dois enfermeiros que trabalhavam no Hospital Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo: Idalgo Moura dos Santos, de 45 anos, e Juraci Augusta da Silva, de 70.

"Essa pressão no sistema [de saúde] é muito grande. Não só por conta de que cada vez mais os pacientes procuram o sistema de saúde com sintomas agravados, mas também nós temos a pressão em cima dos nossos profissionais de saúde", falou Edson.

A taxa da ocupação de leitos por pacientes doentes na cidade de São Paulo segue crescendo em razão da pandemia de coronavírus. Três hospitais municipais (Parelheiros, Itaquera e Cidade Tiradentes) não tinham vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nesta terça-feira (21).

"A gente precisa cada vez mais preparar o sistema de saúde para que a gente possa enfrentar o desenvolvimento da doença na cidade, caso ele venha a se agravar", disse o secretário municipal. "Nós já temos hoje óbitos nos 96 distritos da cidade."

Segundo o secretário municipal de Saúde, devem ser abertos mais 30 leitos de UTI no Hospital de Parelheiros para desafogar a procura. "É fundamental que a gente continue na cidade alternando a questão do isolamento social e ganhando tempo para que a gente possa adquirir mais equipamentos".

De acordo com Edson Aparecido, entre os dez principais hospitais para tratamento de Covid-19 na capital, a média de ocupação em leitos de UTI é de 73%. Ao todo a rede municipal tem 19 hospitais.

"A situação é bastante preocupante", falou Edson Aparecido. "Se nós não fizéssemos o isolamento social, aqui na cidade, determinado pelo prefeito [Bruno Covas], há pouco mais de 15, 20 dias, a situação hoje na rede hospitalar nossa seria ainda mais grave".

Segundo o secretário municipal de saúde, a prefeitura deve entrar mais um hospital com 120 leitos na região do Grajaú, na Zona Sul, para ajudar no atendimento a pacientes com coronavírus.

Para efeito comparativo, a taxa de ocupação no estado de São Paulo é de 60%, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. A previsão do governo é de que a pandemia dure entre quatro a cinco meses no estado, no que se refere a sobrecarga no sistema de saúde. Ao todo são 6.032 internações em todo o estado.

Até segunda-feira (20) o estado tinha 14.580 casos confirmados para coronavírus e 1.037 mortes.