Violência em Los Angeles: tensão aumenta com presença da Guarda Nacional e novos confrontos
10/06/2025

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Carros foram incendiados em meio a protestos contra deportações de imigrantes. Trump disse que 'multidões violentas' estão atacando forças de segurança.
A tensão aumentou em Los Angeles, nos Estados Unidos, após a chegada de homens da Guarda Nacional enviados pelo presidente Donald Trump.
Há três dias, a cidade vive protestos contra medidas de Trump para expulsar imigrantes ilegais. Los Angeles tem forte presença de comunidades latinas.
No domingo (8), homens encapuzados queimaram carros e foram reprimidos pelas forças de segurança com gás e balas de borracha. Houve ao menos 27 prisões, segundo o jornal Los Angeles Times.
Em uma rede social, Trump disse que "multidões violentas" estão atacando agentes federais. "A ordem será restaurada e os ilegais serão expulsos", disse o presidente.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou o envio das tropas federais. Ele foi contra o uso dessas forças e disse que o presidente comete abuso de poder e quer acirrar o conflito.
Newsom é do Partido Democrata, de oposição.
"Todos os governadores democratas concordam: as tentativas de Donald Trump de militarizar a Califórnia são um alarmante abuso de poder", disse.
Carros queimados e novos confrontos
Horas após a chegada da Força Nacional, o centro de Los Angeles voltou a ser ocupado por uma marcha em defesa dos imigrantes.
Houve confrontos, e carros foram incendiados. As forças de segurança usaram gás lacrimogênio e balas de borracha.
Segundo a agência de notícias AP, o confronto começou quando centenas de pessoas protestavam em frente a uma prisão. Segundo a Reuters, as tropas enviadas por Trump foram posicionadas ao redor de prédios do governo federal.
A rodovia 101, que corta Los Angeles, chegou ser totalmente bloqueada. Carros autônomos da Waymo, empresa da Alphabet (dona do Google), foram queimados.
A polícia de Los Angeles declarou que os protestos são "reuniões ilegais" e disse que foi atacada com pedras e garrafas.
Não é a primeira vez que Trump aciona a Guarda Nacional contra manifestações. Em 2020, ele pediu a governadores o envio de tropas a Washington D.C. para conter protestos após a morte de George Floyd.
Desta vez, porém, Trump age em oposição direta ao governador Newsom, que detém o controle sobre a Guarda Nacional da Califórnia.
O presidente disse que a federalização das tropas é necessária para "enfrentar a ilegalidade". Newsom rebateu dizendo que a medida é "deliberadamente provocativa e só servirá para aumentar as tensões".
O que diz a lei
Em geral, forças militares federais não podem executar funções de segurança pública contra cidadãos americanos, exceto em emergências.
A principal base legal para ativar militares ou a Guarda Nacional em casos de rebelião é a Lei de Insurreição, de 1807.
Trump, no entanto, não invocou essa lei no sábado. Em vez disso, usou outra lei federal semelhante, que permite a federalização da Guarda Nacional em certas circunstâncias.
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