Pior dia em três décadas: Ações em Hong Kong caem mais de 13% com 'tarifaço' de Trump e reação da China
08/04/2025

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Mercados asiáticos desabaram, refletindo a retaliação chinesa, anunciada na sexta-feira, quando a Bolsa estava fechada por conta de um feriado local. Na Europa, ações têm forte queda
As ações em Hong Kong despencaram mais de 13% nesta segunda-feira, em seu pior dia em quase três décadas. O desempenho do mercado na ilha reflete o anúncio do governo chinês de tarifas de 34% sobre importados americanos, em retaliação às taxas de mesma magnitude anunciadas por Donald Trump na semana passada. A reação chinesa ocorreu na sexta-feira, quando o mercado estava fechado devido a um feriado no país. O pregão nos demais países já havia terminado. Por isso as Bolsas na Ásia caíram tanto hoje.
Todos os principais índices acionários na Ásia encerraram em queda, conforme abaixo:
- Hong Kong: - 13,22%, maior queda desde 1997, durante a crise financeira asiática
- Shenzhen: - 9,66%
- Xangai: -7,34%
- Tóquio: - 7,83%
- Seul: - 5,57%
- Sydney: - 4,23%.
Em 2 de abril, Trump anunciou tarifas de importação sobre todos os países, as chamadas tarifas recíprocas, com exceção de México e Canadá, com os quais os EUA têm um acordo comercial de longa data.
A taxa recíproca mínima sobre os produtos importados pelos EUA passou a ser de 10%. Esta tarifa passou a vigorar no sábado. O Brasil e a Argentina, por exemplo, estão nesse grupo.
- Erro histórico: Com tarifaço, Trump repete tragédia da Grande Depressão e implode ordem que EUA construíram
Mas o percentual da taxa sobre muitas nações será maior e vai entrar em vigor em uma segunda leva, a partir de quarta-feira, dia 9 de abril. Aos produtos da União Europeia, por exemplo, será aplicada uma tarifa de 20% e, no caso da China, será de 34%, além da sobretaxa de 20% que já está em vigor sobre os produtos chineses.
Veja abaixo em quanto cada país foi ou será taxado. Se não estiver visualizando a ferramenta, clique aqui.
A reação de Pequim veio na sexta-feira. No melhor estilo "olho por olho", o governo chinês anunciou que aplicaria a partir do dia 10 de abril uma tarifa de 34% sobre todos os produtos americanos. A decisão confirmou os piores temores de analistas financeiros de que as medidas de Trump iriam desencadear uma guerra comercial.
Na Europa, os principais índices abriram em queda livre nesta segunda-feira. Por volta das 8h30, reduziram um pouco as perdas, mas ainda assim tem forte queda:
- Frankfurt: - 4,13% (a Bolsa chegou a cair mais de 10% durante alguns minutos)
- Paris: - 4,19%
- Londres: - 4%
- Madri: - 4,48%
50 países já buscam negociação
Trump negou no domingo que planejasse fazer as Bolsas despencarem intencionalmente e insistiu que não podia prever a reação dos mercados. Advertiu ainda que não chegaria a um acordo com os países alvo do tarifaço a menos que os déficits comerciais fossem resolvidos. O tamanho do déficit foi o critério do presidente americano para determinar quanto cada nação seria taxada.
Na sua rede social Truth Social, o presidente americano foi irônico: "algum dia as pessoas vão perceber que as tarifas, para os Estados Unidos, são algo muito belo!", escreveu.
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