Petrobras: lucro líquido sobe 48,6% para R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre

13/05/2025

Fonte: O globo Por Bruno Rosa — Rio

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Estatal registou alta de produção, maior venda de combustíveis e ganhos extras envolvendo a valorização do câmbio

Petrobras registrou lucro líquido de R$ 35,209 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 48,6% maior que os R$ 23,7 bilhões obtidos no mesmo período de 2024. O balanço da estatal, divulgado no início da noite de hoje, após o fechamento do mercado, veio dentro do esperado pelos investidores, que projetavamganhos entre R$ 24 bilhões e R$ 41 bilhões.

A estatal também informou que vai pagar R$ 11,72 bilhões em dividendos relativos ao primeiro trimestre de 2025

A receita de vendas no primeiro trimestre deste ano somou R$ 123,144 bilhões, uma alta de 4,6% em relação ao mesmo período do início do ano passado.

Ao justificar os ganhos, a estatal destacou o aumento de produção e venda de petróleo, a comercialização de combustíveis, além da valorização do câmbio no resultado financeiro, que gerou um efeito positivo de R$ 10,6 bilhões.

-- Geramos um maior fluxo de caixa, principalmente devido ao aumento de 5% no volume de produção em relação ao trimestre anterior. Investimos US$ 4 bilhões neste primeiro trimestre do ano (aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2024 e queda de 29,1% frente ao quatro trimestre). Esses investimentos estão concentrados em projetos do pré-sal, com destaque para os campos de Búzios e Atapu. Estamos realizando mais perfurações e interligações de poços -- disse Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras.

 

Principais destaques do primeiro trimestre (em comparação ao primeiro trimestre de 2024)

 

  • Receita de vendas: R$ 123,144 bilhões (+4,6%)
  • Lucro líquido: R$ 35,209 bilhões (+48,6%)
  • Dívida bruta: US$ 64,491 bilhões (+4,3%)
  • Dólar médio de venda: R$ 5,84 (+18%)
  • Barril do petróleo tipo Brent: US$ 75,66 (-9,1%)
  • Preço dos derivados por barril : R$ 505,84 (+6,2%)

 

 

Produção sobe 5,6% no primeiro trimestre

 

Se desconsiderar os efeitos extraordinários no trimestre, o lucro da Petrobras teria sido de R$ 23,589 bilhões, uma queda de 12,1%.

 

 

No primeiro trimestre deste ano, a estatal registrou uma produção total comercial de 2,416 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), uma alta de 5,6% em relação ao quatro trimestre do passado e recuo de 0,5% ante o mesmo período do ano passado.

 

O pré-sal teve alta de 3,7% em relação ao quarto trimestre , chegando a 1,853 milhão de barris por dia.

Neste início de ano, a estatal destacou o menor volume de paradas programadas e o avanço das suas instalações em alto-mar, como a entrada em operação do FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.

 

 

Além disso, entrou em operação um segundo poço produtor pelo FPSO Marechal Duque de Caixas, no campo de Mero, no bloco de Libra, na Bacia de Santos.

Segundo a XP, a maior produção, aliada a preços elevados do barril do petróleo, contribui para um aumento nas receitas. O Itaú também destacou o aumento da produção e das vendas como pontos positivos no primeiro trimestre.

 

Diesel e gasolina têm alta nas vendas

 

Entre janeiro e março, a Petrobras registou alta de 2,9% no volume de vendas no mercado interno em relação ao mesmo período do ano passado. Diesel teve alta de 6,2%, assim como a gasolina, com avanço de 3,1%.

 

 

Houve ainda a conclusão das obras de modernização do Trem 1 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), permitindo a ampliação da capacidade para 130 mil barris por dia.

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (lneep), contribuíram para o lucro o volume de produção total de óleo, garantida pela entrada em operação de 11 novos poços produtores no trimestre, e o crescimento nas vendas de derivados no mercado interno.

Os especialistas destacam ainda a entrada de receitas não recorrentes de cerca de R$ 2,6 bilhões, resultantes de pagamentos contingentes referentes aos blocos de Sépia e Atapu e do campo Baúna.

 

Ganhos extras

 

Os especialistas destacam ainda a entrada de receitas não recorrentes de cerca de R$ 2,16 bilhões, resultantes de pagamentos contingentes referentes aos blocos de Sépia e Atapu de acordo com as regras do leilão de cessão onerosa, em 2019. Na ocasião, a estatal já havia feito um investimento nos campos ofertados e, por isso, foram negociados volumes de petróleo excedentes ao contrato assinado.

A estatal recebeu ainda R$ 430 milhões da empresa australiana Karoon referente ao acordo de venda de sua fatia no campo de Baúna, na Bacia de Santos, que está atrelado ao preço do petróleo.

 

Dívida sobe

 

A dívida bruta da estatal chegou a US$ 64,5 bilhões, uma alta de 6,9% em relação ao fim do quarto trimestre de 2024. A alta ocorreu por conta do início da operação do FPSO Almirante Tamandaré, que é afretado, e a prorrogação do FPSO de Cidade de Angra dos Reis até 2030. Juntos, elevaram o endividamento em US$ 3 bilhões.