Oposição da Polônia leva dezenas de milhares às ruas 2 semanas antes das eleições
03/10/2023

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País é liderado pelo Partido Lei e Justiça (PiS) desde 2015. Membros da oposição, liderada por Donald Tusk, acusam o governo atual de aumentar o custo de vida, reprimir as comunidades estrangeiras e LGBT's, aumentar a restrição em casos de abortos e piorar a imagem do país internacionalmente.
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas da capital da Polônia neste domingo (1) para protestar contra o atual governo do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.
O ato, batizado como "Marcha de um milhão de corações", aconteceu duas semanas antes das eleições nacionais para o Parlamento.
As pesquisas de opinião indicam que o partido da direita nacionalista "Lei e Justiça" (PiS), que está no governo, está à frente. No entanto, a vantagem tende a ser mais estreita que em outros pleitos.
O PiS tem 31,5% das intenções de votos, segundo a pesquisa da IBRiS realizada em 27 de setembro. O segundo colocado, com 27% dos votos, é a Coalizão Cívica (PO), do ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Ambos os partidos precisariam montar alianças com outras legendas para obter maioria no Parlamento. Rafal Chwedoruk, cientista político da Universidade de Varsóvia, diz que a oposição teria mais dificuldade do que o governo atual nesse sentido.
No poder desde 2015, o PiS é abertamente contrário à imigração. Durante o último governo, uma reforma no judiciário foi movida e desde então, os juízes e procuradores públicos se tornaram subordinados ao governo.
A oposição diz temer que em um novo mandato, o governo do PiS torne o Parlamento ainda mais autônomo e o judiciário cada vez menos independente.
Entre as propostas de governo, o PiS deseja aumentar o domínio sobre os meios de comunicação. Desde o primeiro mandato do partido, os jornais estatais passaram a propagar uma imagem consistentemente positiva do governo.
Os jornalistas independentes que não quiseram seguir esta nova linha foram despedidos ou forçados a se demitir.
Em 2020, a petrolífera estatal, que teve parte da operação cedida à iniciativa privada, Orlen comprou a empresa Polska Press e passou mudar o direcionamento editorial de 20 jornais locais, 120 jornais semanais e 500 portais online.
Os jornalistas que trabalham para meios de comunicação independentes, como a liberal Gazeta Wyborcza, são alvo de processos judiciais e repressão.
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