Flaco, a coruja: animal libertado do zoológico de Central Park há um ano vira 'queridinho' em Nova York e símbolo de resiliência

05/02/2024

Fonte: Por g1

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Xodó dos nova-iorquinos, Flaco vive solto nas ruas da cidade norte-americana e tem milhares de seguidores nas redes sociais. A identidade de quem cometeu o crime, que completou um ano nesta sexta-feira (2), permanece um mistério.

Uma coruja bufo-real chamada Flaco é um dos personagens mais amados pelos cidadãos de Nova York. Sua libertação do Zoológico do Central Park, que completou um ano nesta sexta-feira (2), ainda é um mistério não solucionado pelas autoridades.

Flaco nasceu em cativeiro e chegou ao Zoológico do Central Park ainda filhote, 14 anos atrás. Ele é uma coruja bufo-real da espécie Bubo bubo endêmica das regiões da Europa, Ásia e Oriente Médio. O animal foi libertado durante a noite por uma pessoa que abriu um buraco em sua gaiola. Até hoje as autoridades não descobriram quem cometeu o crime.

Desde sua libertação, a coruja se tornou uma figura notória na cidade. Mas por que Flaco virou tão querido pelos novaiorquinos?

Os moradores da cidade acompanharam a evolução da coruja, desde o momento da fuga de sua gaiola, em que ainda estava aprendendo a lidar com a liberdade, até Flaco desenvolver plenamente suas habilidades de voo, caça e sobrevivência.

Segundo a colunista do New York Times Michiko Kakutani, "é fácil os nova-iorquinos se enxergarem em uma pequena coruja rechonchuda que abandonou seu apartamento de um cômodo em troca da vastidão da natureza", e que aqueles confinados em apartamentos pequenos durante a pandemia de Covid-19 se identificariam com a história de Flaco.

A gaiola de Flaco no Zoológico do Central Park era pequena, tinha cerca do dobro da largura da extensão de suas asas abertas. "Seu habitat era ridículo. Era a coisa mais triste que eu já vi", diz Nicole Barrantes, gerente de campanha de vida selvagem da World Animal Protection.

 

"As pessoas que chegam a Nova York precisam aprender novas habilidades rapidamente se quiserem sobreviver e devem se adaptar a um ambiente diferente daquele de onde vieram. No sucesso de Flaco, eles veem o deles próprios - ou inspiração para continuar trabalhando em direção aos seus objetivos", diz David Barrett.

Barrett é responsável pela conta Manhattan Bird Alert no X (antigo Twitter), que documenta em tempo real a localização da ave.

 

"Ele é o azarão desde o início. As pessoas não esperavam que ele sobrevivesse. Os nova-iorquinos criaram um laço com ele por causa de sua resiliência.", comenta Jacqueline Emery, uma das várias observadoras de aves que compartilha nas redes sociais os movimentos diários de Flaco com os admiradores do animal.

 

Segundo especialistas, os perigos da cidade são muitos para um animal silvestre. De ratos infectados ao tráfego de veículos, o temor era que Flaco não sobrevivesse por muito tempo. (leia mais abaixo)

 

“Para mim, o herói popular é o Flaco. É algo incrível: ele vive toda a sua vida em cativeiro e, em questão de dias, ensinou a si mesmo a voar e a caçar ratos”, diz Barrett.