Enviado de Trump propõe modelo semelhante ao de Berlim do pós-guerra para a Ucrânia
14/04/2025

COMPARTILHE
Declaração foi dada por Keith Kellogg ao jornal britânico The Times; após repercussão, funcionário dos EUA foi ao X para explicar sua fala
Em uma entrevista publicada neste sábado no jornal britânico The Times, o enviado dos EUA à Ucrânia Keith Kellogg propôs implementar um modelo "Berlim da Segunda Guerra Mundial" no país do leste europeu, com forças de paz ocidentais no oeste e forças russas no leste.
Em meio aos esforços de Washington para acabar com mais de três anos de conflito, países europeus como o Reino Unido e a França se ofereceram para enviar tropas de manutenção da paz para a Ucrânia quando a guerra terminar.
Os Estados Unidos, que se aproximaram de Moscou sob o governo de Donald Trump, descartam o envio de tropas para o solo e também alertaram Kiev de que terão que entregar parte de seu território ocupado pela Rússia.
Na entrevista, Kellogg evocou uma solução semelhante "ao que aconteceu com Berlim na Segunda Guerra Mundial, quando havia uma zona russa, uma zona francesa, uma zona britânica e uma zona americana". Em vez de um muro, propôs o Rio Dnieper, que corre de norte a sul pelo centro da Ucrânia, como uma barreira natural.
A cidade alemã foi então dividida por um muro construído em 1961, que só seria derrubado em 1989, no auge do declínio da União Soviética, abrindo caminho para a unificação do país.
A eventual força de paz franco-britânica ficaria baseada a oeste deste rio, ele disse. Ele também propôs a criação de uma zona desmilitarizada ao longo das atuais linhas de frente no leste da Ucrânia para separar Kiev e as tropas de seus aliados das tropas russas.
Para Kellogg, a presença de soldados britânicos e franceses a oeste do Dnieper "não seria nada provocativa" para Moscou, embora ele tenha acrescentado que o Kremlin pode não aceitar essa proposta.
Em uma mensagem subsequente no X, o emissário da Casa Branca esclareceu que na entrevista ele não estava se referindo "a uma partição da Ucrânia".
"Eu estava falando sobre uma força de resistência pós-cessar-fogo em apoio à Ucrânia. Na discussão sobre a partição, eu estava me referindo a áreas de referência ou zonas de responsabilidade de uma força aliada", disse ele.
VEJA TAMBÉM