Entenda o que está acontecendo na Síria, em conflito com mais de mil mortos e acusação de genocídio

11/03/2025

Fonte: Por g1 cbn

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Em meio a confronto, Estados Unidos e Rússia pediram uma reunião no Conselho de Segurança da ONU para abordar o assunto.

Os Estados Unidos e a Rússia pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião nesta segunda-feira (10), a portas fechadas, por causa da escalada da violência na Síria. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, 745 civis, 125 membros das forças de segurança sírias e 148 combatentes leais ao ex-ditador Bashar al Assad foram mortos desde o sábado (8). As autoridades sírias não informaram um número oficial de mortos.

confronto iniciou após o novo governo, que entrou no lutar do ex-ditador, buscou reprimir uma tentativa de insurgência da minoria religiosa alauíta, à qual pertence Assad. Eles se concentram, em especial, na região de Latakia e Tartus, que fica na ponta noroeste do país. Essa é a versão dada pelo governo sírio.

A situação escalonou para um confronto que envolvia a população da região - maioria que foi morta - e também apoiadores de Assad. Segundo as últimas informações, Bashar estaria em um exílio na Rússia. Grande parte da população local busca, inclusive, refúgio em uma base russa localizada em Hmeimim, na cidade de Latakia. A informação é da BBC.

Em meio a isso, em anúncio divulgado nesta segunda-feira (10), o Ministério da Defesa da Síria anunciou a conclusão das operações militares para combater os remanescentes apoiadores do ex-presidente deposto Bashar al-Assad. As informações são da agência de notícia Reuters.

grupo nega, entretanto, a versão do governo. Eles afirmam que têm sido alvo de perseguição dos sunitas radicais que tomaram o poder em dezembro passado e que são vistos por eles como "hereges". O porta-voz de uma associação do grupo disse que grupos jihadistas ligados ao novo governo sírio estão promovendo uma limpeza étnica e se livrando dos corpos no mar para esconder as evidências dos crimes.

Os alauítas são uma ramificação do islamismo xiita e representam cerca de 10% da população síria, composta majoritariamente por muçulmanos sunitas.

De acordo com a agência síria, o Departamento de Segurança Geral prendeu quatro pessoas na província de Deir Ezzor que seriam "líderes de grupos afiliados aos remanescentes do extinto regime". O diretor do departamento da área, Coronel Diaa Al-Omar, afirmou que as operações ainda estão em andamento e que é possível responsabilizar qualquer pessoas comprovadamente envolvida nos atos chamados por ele de "criminosos".

O atual líder da Síria, Ahmad al-Sharaa, declarou neste domingo (9) que os responsáveis pelo "derramamento de sangue" serão responsabilizados e punidos. Ele também anunciou a criação de uma comissão independente para investigar as violações de direitos humanos.

Al-Sharaa, cujo movimento rebelde derrubou Assad em dezembro, acusou aliados do ex-ditador e potências estrangeiras, sem especificá-las, de fomentarem a instabilidade no país.