Após 22 dias de caos, Republicanos elegem Mike Johnson para presidir Câmara dos EUA: o que acontece agora?

27/10/2023

Fonte: G1 Por BBC

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Deputado terá de conduzir questões e negociações delicadas, como ajuda a Israel e negociação das contas públicas dos EUA com a Casa Branca e com o Senado

Após 22 dias, chegou ao fim a mais longa disputa pela presidência na Câmara dos Deputados dos EUA nos tempos modernos. E terminou da forma como às vezes acontece nas guerras: com ambos os lados perdendo a disposição para continuar a lutar.

O deputado Mike Johnson foi eleito o 56º presidente da Câmara na quarta-feira (25/10). Ele recebeu aplausos e sorrisos de seus colegas republicanos que contrastaram com as tensões crescentes que dividiram o partido nas últimas três semanas.

O parlamentar da Louisiana não fazia parte da liderança republicana existente na Câmara, cujos três principais expoentes – Kevin McCarthy, Steve Scalise e Tom Emmer – foram rejeitados pelos conservadores linha-dura nas últimas três semanas.

Após 22 dias, chegou ao fim a mais longa disputa pela presidência na Câmara dos Deputados dos EUA nos tempos modernos. E terminou da forma como às vezes acontece nas guerras: com ambos os lados perdendo a disposição para continuar a lutar.

O deputado Mike Johnson foi eleito o 56º presidente da Câmara na quarta-feira (25/10). Ele recebeu aplausos e sorrisos de seus colegas republicanos que contrastaram com as tensões crescentes que dividiram o partido nas últimas três semanas.

O parlamentar da Louisiana não fazia parte da liderança republicana existente na Câmara, cujos três principais expoentes – Kevin McCarthy, Steve Scalise e Tom Emmer – foram rejeitados pelos conservadores linha-dura nas últimas três semanas.

Ele votou em Johnson – um arquiteto do desafio jurídico multiestadual de Trump aos resultados das eleições de 2020 – na quarta-feira sem objeção.

Nancy Mace, a deputada da Carolina do Sul que ajudou a afundar McCarthy, elogiou Johnson.

"Claramente não vou concordar com ele em todas as questões", disse ela aos repórteres. "Eu só quero alguém que seja honesto e diga a verdade."

No entanto, para ter sucesso como presidente da Câmara, Johnson terá de fazer mais do que isso.

Assim que os aplausos cessarem, o novo presidente da Câmara terá uma agenda legislativa ocupada para abordar, com pouco tempo para isso.

O governo Biden e os seus aliados no Senado estão pressionando por uma lei de ajuda militar multibilionária para Israel, Ucrânia e Taiwan.

E uma medida temporária de financiamento das contas públicas deverá expirar em 17 de novembro, provocando uma paralisação do governo, a menos que o Congresso tome medidas.

 

Negociações com os democratas

 

Numa carta aos seus colegas republicanos como parte da sua candidatura à presidência da Câmara, Johnson disse que outro projeto de lei de financiamento temporário pode ser necessário para dar ao Congresso mais tempo para aprovar as suas dotações anuais.

Ele também reconheceu a necessidade de negociar – "a partir de uma posição de força" – com os democratas no Senado e na Casa Branca de Biden.

Ele votou em Johnson – um arquiteto do desafio jurídico multiestadual de Trump aos resultados das eleições de 2020 – na quarta-feira sem objeção.

Nancy Mace, a deputada da Carolina do Sul que ajudou a afundar McCarthy, elogiou Johnson.

"Claramente não vou concordar com ele em todas as questões", disse ela aos repórteres. "Eu só quero alguém que seja honesto e diga a verdade."

No entanto, para ter sucesso como presidente da Câmara, Johnson terá de fazer mais do que isso.

Assim que os aplausos cessarem, o novo presidente da Câmara terá uma agenda legislativa ocupada para abordar, com pouco tempo para isso.

O governo Biden e os seus aliados no Senado estão pressionando por uma lei de ajuda militar multibilionária para Israel, Ucrânia e Taiwan.

E uma medida temporária de financiamento das contas públicas deverá expirar em 17 de novembro, provocando uma paralisação do governo, a menos que o Congresso tome medidas.

 

Negociações com os democratas

 

Numa carta aos seus colegas republicanos como parte da sua candidatura à presidência da Câmara, Johnson disse que outro projeto de lei de financiamento temporário pode ser necessário para dar ao Congresso mais tempo para aprovar as suas dotações anuais.

Ele também reconheceu a necessidade de negociar – "a partir de uma posição de força" – com os democratas no Senado e na Casa Branca de Biden.

Em sua carta, Johnson parecia reconhecer o trabalho que os republicanos têm pela frente.

"Governar bem garantirá que enfrentaremos os desafios sem precedentes de hoje e expandiremos a nossa maioria no próximo ano", escreveu ele.

Quando se dirigirem às urnas daqui a um ano, os americanos - que têm acompanhado apenas casualmente este drama de três semanas em Washington - poderão ter esquecido há muito tempo os detalhes desta batalha pela presidência.

Mas se os republicanos não conseguirem resolver os seus conflitos internos e essas diferenças continuarem a ressurgir e a causar distúrbios, os eleitores acabarão percebendo.