Taxa de Trump: Alckmin e Tarcísio marcam reuniões com empresários no mesmo horário
15/07/2025

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Conflito de agendas nesta terça-feira (15) expõe falta de coordenação entre governo federal e estadual. Representante dos EUA é esperado na reunião em São Paulo.
Duas reuniões com o setor produtivo para tratar da crise provocada pela taxa de 50% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, foram marcadas para esta terça-feira (15), praticamente no mesmo momento.
De um lado, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, convocou uma reunião em Brasília, marcada para as 10h, na sede do ministério.
Do outro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, agendou um encontro às 9h30 no Palácio dos Bandeirantes, também com foco no impacto da medida norte-americana. O encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, é esperado no encontro em SP.
A crise foi deflagrada após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos do Brasil, gerando forte reação da indústria nacional.
Questionado sobre a existência das duas reuniões, Alckmin disse não ver problema e que não foi procurado pelo representante dos EUA. "Não vejo nenhum problema que haja reunião. Importante destacar que nós já vínhamos fazendo diálogo", disse Alckmin durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (14).
Além da reunião às 10h em Brasília, o ministério também terá uma segunda rodada de conversas, às 14h. Para a primeira reunião, estão convidados setores mais afetados pela nova tarifa, como os de:
- Aviões
- Aço
- Alumínio
- Celulose
- Máquinas
- Calçados
- Móveis
- Autopeças
A segunda reunião reunirá exportadores do agronegócio. Foram chamados representantes dos setores de:
- Suco de laranja
- Carne
- Frutas
- Mel
- Couro
- Pescado
Reunião com Tarcísio
Ao menos 15 empresários são esperados na reunião marcada para as 9h30 no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. O empresário Paulo Skaf, ex‑presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), participará da reunião e entrou em contato pessoalmente com empresários para reforçar o convite.
Representantes de setores produtivos do estado, como o de carnes, café e plástico também foram convidados para a reunião em SP.
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) informou que irá participar apenas da reunião em Brasília. Representantes da Abiplast e da CitrusBR também não devem participar do encontro em São Paulo.
O estado é o que mais exporta para os EUA. Segundo a Amcham (Câmara Americana de Comércio), 33,6% das exportações do país saem do estado, especialmente aeronaves, equipamentos de engenharia civil e sucos de frutas.
Tarcísio tem calibrado o tom a respeito do tarifaço. Logo que foi anunciado, disse que o presidente Lula havia colocado "a ideologia acima da economia". Foi alvo de críticas por parte da base de Lula, de bolsonaristas e de empresários.
Depois, reconheceu que a tarifa teria impacto negativo para São Paulo e que o tarifaço é "algo complicado" para o país. Na última semana, já havia se encontrado com o encarregado de negócios dos EUA, em Brasília.
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