O que se sabe sobre o vazamento de óleo que fechou o Aeroporto Santos Dumont e cancelou mais de 160 voos
02/10/2025

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Um problema com o veículo que fazia a manutenção preventiva da pista provocou vazamento de óleo. A limpeza exigiu uso de desengraxante biodegradável e jatos de alta pressão para garantir segurança operacional.
O fechamento do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (30), pegou de surpresa milhares de passageiros e provocou transtornos. Um vazamento de óleo hidráulico na pista interrompeu pousos e decolagens por quase 12 horas, resultando no cancelamento de 164 voos e na transferência de outros para o Galeão.
A Infraero informou que todos os protocolos de emergência foram acionados. Mas a extensão do impacto gerou filas e atrasos, com passageiros sem informação e reclamando do modo como o caso foi tratado.
O g1 reuniu abaixo as principais perguntas e respostas para explicar o que aconteceu, quais medidas foram tomadas e como fica a situação dos passageiros.
O que causou o vazamento de óleo?
Segundo a Infraero, o óleo vazou do motor de um caminhão usado em manutenção preventiva da pista. O veículo não transportava combustível — o líquido era do próprio sistema hidráulico. Estima-se que cerca de 50 litros tenham se espalhado no asfalto, próximo a uma das cabeceiras, ponto crítico para pousos e decolagens.
Como foi feita a limpeza da pista?
Logo após o vazamento, o caminhão foi retirado, e iniciou-se a limpeza com um desengraxante biodegradável, aplicado com água de caminhões de combate a incêndio, que possuem jatos de alta pressão.
De acordo com a Infraero, o produto utilizado é específico para esse tipo de incidente e não altera, no asfalto, os níveis de atrito exigidos para a segurança das aeronaves.
Por que a pista demorou tanto para ser liberada?
A Infraero explicou que o pavimento da pista do Santos Dumont é feito em CPA (Camada Porosa de Atrito). Isso exige uma limpeza minuciosa para garantir que não reste material escorregadio ou obstrutivo.
Após a lavagem, foi feita medição do atrito da pista para liberar as operações. O aeroporto reabriu às 17h25.
Quantos voos e passageiros foram afetados?
Até as 17h, 164 voos haviam sido cancelados — 84 partidas e 80 chegadas. Outros 14 foram desviados para o Galeão.
O número total de passageiros prejudicados não foi informado, mas milhares enfrentaram atrasos, filas e realocações em hotéis ou em outros aeroportos.
O aeroporto tem um plano de emergência para esse tipo de situação?
Sim. A Infraero informou que o plano contempla procedimentos específicos para a remoção de contaminantes na pista, com acionamento de equipes, equipamentos e produtos adequados.
Segundo a estatal, todos os recursos disponíveis foram usados “no menor prazo possível”, respeitando critérios de segurança.
Por que não foi usada serragem na limpeza?
Especialistas consultados pela TV Globo sugeriram que jogar serragem — como acontece em acidentes com vazamento de óleo em vias públicas — poderia ter reduzido o tempo de interdição.
A Infraero, no entanto, afirma que esse material não é recomendado para pistas com CPA, porque poderia se infiltrar no pavimento e comprometer o escoamento de água, reduzindo o atrito e aumentando o risco para as aeronaves. Além disso, a remoção da serragem levaria mais tempo.
O que as companhias aéreas devem oferecer aos passageiros afetados?
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lembra que as empresas são obrigadas a prestar assistência material gratuita conforme o tempo de espera: alimentação, hospedagem, transporte e comunicação
Nos casos de atraso acima de quatro horas ou cancelamento, o passageiro pode escolher entre:
- reacomodação em outro voo;
- reembolso integral da passagem;
- transporte alternativo, como ônibus.
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O aeroporto voltou a funcionar normalmente?
Sim. Para reduzir os impactos do fechamento, a Infraero informou que o Santos Dumont ficou operacional além do horário regular na terça-feira (6h às 23h). A ideia era que fosse possível regularizar os voos previstos.
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