Mulher de Pedro Paulo se pronuncia sobre vídeo íntimo, diz que é ‘bobagem’ desistir da vice e afirma que eles estavam separados

26/07/2024

Fonte: Por O GLOBO — Rio

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Deputado pediu para não disputar a eleição ao lado de Eduardo Paes, mas aliados e adversários avaliam que movimento foi estratégico; o GLOBO revelou trama do vídeo

Mulher do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), a influenciadora digital Tati Infante se pronunciou no Instagram sobre o vídeo íntimo que o motivou a pedir para não ser o vice da chapa do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), na eleição deste ano. Segundo ela, os dois estavam separados quando Pedro foi gravado em momento íntimo durante uma ligação de vídeo com outra mulher, e seria uma “bobagem” ele desistir de disputar a eleição por causa disso. O GLOBO revelou nesta quarta-feira a trama que envolve a gravação.

— Eu acho uma besteira ele desistir de ser vice por conta de um episódio que aconteceu em 2020, período em que estávamos separados, numa crise. Eu tive meu “tiricutico”, ele também. E ele caiu numa armadilha, numa armação onde fez uma ligação de chamada com uma pessoa, que gravou ou tirou print dessa ligação e, quase cinco anos depois, está usando isso contra ele — alegou.

Tati Infante reforçou mais de uma vez que apoia a eventual empreitada eleitoral do marido.

— Entendo o lado dele de querer preservar a família, recuar para não vir isso à tona, mas do meu lado está tudo certo. Eu apoio ele, é o sonho dele, o trabalho dele. Não roubou, não matou, é uma coisa de cunho pessoal — disse. — A partir do momento em que casei com um político, sei que o jogo é sujo, é duro, ainda mais em ano de campanha.

O posicionamento de Infante reforça a teoria de que a suposta desistência de Pedro é na verdade uma estratégia dele e de Paes para testar o tamanho da repercussão do caso. Muitos aliados, assim como adversários, avaliam que o deputado ainda não está fora do páreo.

Chantagem e ameaças

 

O vídeo de Pedro Paulo foi usado como uma forma de pressionar a prefeitura a conseguir cargos para os personagens envolvidos na história e que tinham a gravação em mãos. Por outro lado, um amigo da mulher que o gravou, o líder comunitário Allan Oliveira — um dos que teriam se beneficiado de cargos —, fez registros de ocorrência na Polícia Civil para relatar que estaria sendo ameaçado pela atual secretária de Ação Comunitária de Paes, Marli Peçanha.

O primeiro registro na polícia foi feito em março de 2022, quando ele já estava fora do cargo que tinha conseguido na esfera estadual, em tese articulado por Marli Peçanha. Em 2023, Allan voltou a procurar a polícia para reiterar que a secretária o teria ameaçado de morte caso o vídeo viesse à tona.

Em janeiro passado, Marli pagou R$ 500 em um acordo com o Ministério Público para encerrar o caso no 3º Juizado Especial Criminal. O Tribunal de Justiça do Rio confirmou que o processo foi arquivado em fevereiro deste ano após a homologação da "referida transação penal". Procurados, Paes, Pedro Paulo e Marli Peçanha não quiseram se manifestar.