Macron se arrisca para consolidar papel de mediador na crise da Ucrânia
22/02/2022

COMPARTILHE
Macron se arrisca para consolidar papel de mediador na crise da Ucrânia
De olho nas eleições de abril, presidente francês tenta assegurar o papel de líder europeu, tirando proveito de lacuna deixada por Merkel e de acesso a Putin.
O presidente Emmanuel Macron tem sido um eixo no rumo das negociações para atenuar a tensão latente na fronteira entre Rússia e Ucrânia. Seu movimento incessante nas direções dos presidentes Joe Biden, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky lhe dá um lugar de destaque, na base da diplomacia sobre o futuro da Europa.
No quinto ano de seu mandato, aos 44 anos, o presidente francês se equilibra com a destreza de um malabarista que no passado recente cometeu deslizes no papel de mediador.
Ele agora tenta assegurar o papel de líder europeu, valendo-se da brecha deixada pela saída de Angela Merkel – e ainda não preenchida pelo chanceler Olaf Scholz – e do acesso direto ao presidente russo, sem perder de vista o cenário interno. Embora ainda não tenha formalizado a candidatura, Macron está na corrida para tentar a reeleição em abril.

Macron durante pronunciamento em encontro do triângulo de Weimar. — Foto: Hannibal Hanschke /Reuters
Após uma rodada de conversas com os presidentes americano e russo, o governo francês anunciou no domingo um encontro entre os dois líderes, sob a condição imposta pelos EUA de que as tropas de Moscou não invadam a Ucrânia. Nesta manhã, a Rússia se mostrou cautelosa, nas palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov: “Há um entendimento sobre o fato de ter que continuar o diálogo entre ministros (das Relações Exteriores). Falar sobre planos concretos para organizar reuniões de cúpulas é prematuro.”
Macron nunca escondeu a busca de protagonismo no cenário internacional. Nesta crise, procura se consolidar como arquiteto da segurança europeia, aproveitando-se também de que a França ocupa, por seis meses, a presidência rotativa da União Europeia.
VEJA TAMBÉM