Glauber Braga é retirado à força por policiais da Mesa Diretora da Câmara
10/12/2025

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Deputado se recusava a deixar a cadeira de Hugo Motta, que horas antes anunciou que colocaria em votação a cassação do mandato do parlamentar. TV Câmara cortou transmissão durante o tumulto.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados por policiais legislativos nesta terça-feira (9).
Ele estava sentado na cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e se recusava a sair. Veja vídeos e fotos da confusão.
Horas antes, Motta anunciou que colocaria em votação ainda neste ano a cassação do mandato de Braga, acusado de quebra de decoro parlamentar por agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril de 2024.
A perda do mandato foi aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara em abril deste ano, e desde então o processo estava parado à espera da votação no plenário.
Naquela época, Braga fez uma greve de fome que durou mais de uma semana e foi encerrada após um acordo com Motta.
TV Câmara cortou transmissão ao vivo a confusão
Após Braga dizer que não sairia da cadeira, os policiais legislativos começaram a esvaziar o plenário. Os jornalistas que estavam no local foram retirados e impedidos de registrar a confusão.
A TV Câmara cortou a transmissão ao vivo às 17h34.
Questionada sobre a retirada da imprensa, a assessoria de Hugo Motta disse que a medida seguiu um protocolo, e não uma ordem do presidente da Câmara.
A assessoria não esclareceu qual protocolo foi acionado nem os procedimentos que geralmente são adotados em situações desse tipo.
Após ser retirado, Braga falou com a imprensa do lado de fora e criticou o cerceamento do trabalho dos jornalistas.
"A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara, Hugo Motta, foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que teve com aqueles que sequestraram a mesa diretora da Câmara por 48 horas por dois dias em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país", afirmou o deputado do PSOL.
Glauber Braga se referiu a um motim promovido por parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em agosto. O protesto era contra a prisão domiliciar de Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e defendia a votação de um projeto de anistia para condenados por atos golpistas.
Nesta terça, Hugo Motta havia anunciado que os deputados iriam analisar uma possível cassação de mandato de Glauber, acusado de agressão a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) na Câmara, em abril de 2024 (entenda o caso).
Cronologia do caso
Às 16h04 - Glauber Braga ocupou a cadeira da presidência da Câmara e se recusou a deixar o local.
Às 17h34 - o sinal da TV Câmara foi cortado. Em seguida, a polícia legislativa começou a esvaziar o plenário e retirou a imprensa do local.
Às 18h08 - o deputado foi retirado à força pela polícia legislativa da cadeira da presidência.
Oposição ocupou mesa em agosto
No início de agosto, parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obstruíram fisicamente a Mesa Diretora do plenário da Câmara, de onde são conduzidas as sessões.
Um dos deputados, Marcel Van Hattem (Novo-RS), chegou a impedir que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) sentasse na cadeira de presidente. O episódio deixou Motta fragilizado no comando da Casa.
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