'Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave', diz Amorim sobre a Venezuela

09/08/2024

Fonte: Por g1 Por Fábio Santos, Gustavo Petró, Andréia Sadi

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Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito', afirma assessor especial de Lula que acompanha situação no país vizinho. Declaração foi dada ao Estúdio i.

O assessor especial de Lula (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira (7) temer "um conflito muito grave" na Venezuela.

 

"Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave. Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados", disse Amorim em entrevista para o Estúdio i.

 

Entre as medidas de flexibilização, Amorim citou as sanções impostas por Estados Unidos e União Europeia ao governo Maduro, e disse que o "nível de divisão" na Venezuela atualmente vai exigir mediação.

Amorim também disse ser "lamentável que as atas não tenham aparecido" após o término das eleições venezuelanas. Ele disse que falou sobre isso, inclusive, com o Nicolás Maduro.

 

"Eu disse isso para o presidente Maduro. Eu tive com ele no dia seguinte da eleição e perguntei sobre as atas. Ele me disse que seriam publicadas. Depois encontraram esse caminho pela Justiça. Eu tenho que confessar a minha ignorância, não compreendo bem ainda o que a Justiça vai fazer."

 

O assessor especial também criticou a prisão de uma chefe regional de campanha do bloco de oposição venezuelana, que ocorreu na noite desta terça-feira (6), de acordo com a oposicionista María Corina Machado.

 

Conversa com a oposição

 

O chanceler afirmou ainda que os presidentes de Brasil, México e Colômbia podem falar com o candidato de oposição, Edmundo González, que concorreu com o presidente atual, Nicolás Maduro.

 

"Eu acho que é mais importante os três presidentes conversarem entre si e saber bem como encaminhar uma conversa que pode ser com o Maduro, mas pode também ser com o candidato da oposição em algum momento", afirmou Amorim.

 

Questionado sobre a nota do partido do presidente, que reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, ele disse que "não pensa daquela maneira".

"Eu pessoalmente não penso daquela maneira, exatamente. Talvez o ângulo pelo qual você vê, quando você representa ou quando você está num Estado é diferente do ângulo que você vê quando você está em um partido político."