Dengue em SP: Nunes diz que calor fora de época retardou queda, mas espera diminuição de casos nas próximas semanas
20/05/2024

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Doença abrange todos os distritos da cidade e já registrou 137 mortos. Em abril, prefeito disse que esperava queda a partir daquele mês, o que não ocorreu. Especialista ouvida pelo g1 explicou que o uso de testes rápidos e o baixo nível de diagnósticos clínico epidemiológicos resultam em uma subnotificação de casos.
Por Aline Freitas *, g1 SP — São Paulo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que no início de abril chegou a afirmar que os casos de dengue começariam a cair após o fim do verão, disse nesta sexta-feira (17) que a queda foi retardada por conta das mudanças climáticas. Maio registrou as maiores temperaturas máximas da história na capital paulista, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
"A questão da dengue, ela tem uma correlação muito forte com a questão climática. No calor ela vai produzir mais e no frio ela vai reduzir a sua condição", disse. "Quando tem uma situação de alteração dessa situação, a gente estende [o platô] mais do que tinha previsto, mas isso deve, agora, começar a cair", disse o prefeito ao g1, em evento para a assinatura da ordem de serviço que autoriza obras de melhorias em quatro hospitais municipais.
Nas primeiras semanas de maio, a temperatura da cidade ficou 7,1ºC acima da média, de 25,3ºC. No último dia 5, a capital registrou 32,8°C, a maior temperatura da história para o mês de maio.
Desde o início do ano, a cidade de São Paulo registrou, 335.563 casos confirmados e 619.487 notificados de dengue, segundo atualização do painel de monitoramento da doença administrado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
O último boletim de arboviroses, publicado na segunda-feira (13), registrou - pela terceira semana seguida - que todos os 96 bairros da cidade seguem em situação de epidemia.
De acordo com Nunes e o secretário da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, os casos da doença estão em platô, ou seja, a curva de crescimento está estabilizada. Segundo dados do boletim de arboviroses da capital, os casos registram uma média de crescimento estável de 32 mil por semana.