Crise EUA-Irã: Itamaraty diz em nota que apoia 'luta contra o flagelo do terrorismo'
06/01/2020
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O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta sexta-feira (3) na qual afirmou que apoia a "luta contra o flagelo do terrorismo".
A nota do Itamaraty foi divulgada um dia após o principal general iraniano, Qassem Soleimani, ter sido morto em um ataque ordenado pelo governo dos Estados Unidos.
Segundo o presidente Donald Trump, o ataque foi ordenado para "parar" uma guerra, não para "começar".
"Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo", afirmou o Itamaraty nesta sexta-feira.
'Poderio bélico'
Na nota, o ministério não condenou a morte do general iraniano, mas condenou um ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá (Iraque).
Mais cedo, nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que o governo não se manifestaria sobre o assunto por não ter o "poderio bélico" dos Estados Unidos.
"Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se tivesse, eu opinaria", afirmou o presidente.
Efeitos da crise
Um dos efeitos da crise entre Estados Unidos e Irã foi o aumento de 3,6% no preço do barril de petróleo, chegando a US$ 68,60.
No Brasil, Bolsonaro afirmou que o governo não vai interferir no preço dos combustíveis, mas que a alta é o que "mais preocupa" neste momento.
Outro efeito provocado pela crise foi a queda no fechamento das bolsas de valores internacionais.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota:
Acontecimentos no Iraque e luta contra o terrorismo
Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.
O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.
O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.
Diante dessa realidade, em 2019 o Brasil passou a participar em capacidade plena, e não mais apenas como observador, da Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que terá nova sessão em 20 de janeiro em Bogotá.
O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas.
O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país.
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