Com fundo eleitoral, candidaturas do Novo sobem 1.000% em 2024; partido atribui alta a 'mudança estratégica'
03/09/2024
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Crescimento vai na contramão da maioria das legendas, que reduziram as candidaturas em relação a 2022. 'Só vamos conseguir fazer essa briga no Congresso usando as mesmas armas que eles', diz presidente da legenda, sobre uso do fundo eleitoral.
O Novo registrou o maior aumento de candidaturas entre os 29 partidos que disputam as eleições municipais de 2024.
Neste ano, o partido vai ter 7.529 candidatos, ante os 620 de 2020. O aumento, de 1.114%, vai na contramão do que a maioria das siglas fez no período: das 29, 18 reduziram o número de candidatos (clique aqui para entender os motivos da queda).
O aumento ocorre na primeira eleição em que o Novo decidiu usar dinheiro do Fundo Eleitoral. Para 2024, o partido terá R$ 37,1 milhões, uma das menores fatias (o PL, que lidera, tem R$ 887 milhões). Fundada em 2015, a sigla sempre foi contra uso de dinheiro público em campanhas.
"O partido decidiu fazer essa escolha, foi um pouco difícil no começo porque, sim, havia essa bandeira, esse dogma, mas hoje está absolutamente pacificado", diz Eduardo Ribeiro, presidente do Novo
Ribeiro afirma que o fundo eleitoral não é o principal motivo para o aumento de candidaturas.
“O principal fator foi uma mudança estratégica do partido. Porque em 2020 o nosso o partido decidiu ser muito restritivo na expansão das cidades que gostaria de disputar, e isso foi prejudicial para o Novo, teve impacto nas eleições de 2022, não criamos uma base importante para deputados estaduais e federais”, diz Ribeiro.
O resultado em 2022 fez o Novo não atingir a cláusula de barreira – regra que estabelece um desempenho mínimo que os partidos devem obter nacionalmente na eleição para a Câmara. Com isso, em 2024, o partido ficou sem acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV. "Mas, como economizamos o fundo partidário desde 2015, temos em caixa hoje R$95 milhões."
“Usar as mesmas armas que eles”
Ribeiro argumenta que a mudança em relação ao uso de dinheiro público para campanha eleitoral mudou por conta de mudanças no financiamento privado de campanhas.
"Quando o partido foi concebido, o modelo de financiamento era diferente. Tinha financiamento de pessoa jurídica [proibido a partir da eleição de 2016], o fundo partidário era uma fração do que é hoje, havia pouco recurso público destinado aos partidos políticos", diz o presidente do Novo. "Ou a gente entende que só vamos conseguir fazer essa briga no Congresso usando as mesmas armas que eles ou a gente pode correr o risco de deixar de existir, porque se caminha para um modelo em que as doações privadas vão deixar de existir."
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