Citação de deputado federal Chiquinho Brazão em delação de Ronnie Lessa levou caso Marielle ao STF
22/03/2024
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Ele nega envolvimento com o crime. Foi a menção a ele que levou o caso a tramitar na Suprema Corte. Polícia recebeu denúncia falsa sobre caso Marielle no mesmo dia de depoimento de envolvido no caso
O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) foi citado pelo ex-PM Ronnie Lessa em delação premiada sobre o caso Marielle Franco, homologada nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele nega envolvimento com o crime. Foi a menção a ele que levou o caso a tramitar na Suprema Corte. A delação de Ronnie Lessa, que confessou ter feito os disparos que mataram Marielle Franco e entregou o nome das pessoas que o contrataram, segue sob sigilo.
Após seis anos, os investigadores enfim consideram que estão na fase final da apuração do caso Marielle. São três os focos: a identificação e denúncia dos mandantes, a motivação do crime e a apresentação de nomes que, desde 2018, atuam para atrapalhar a apuração do crime.
Chiquinho Brazão é irmão do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, também citado por Lessa e que já apareceu na apuração do caso Marielle em outros momentos - ele também nega envolvimento com o crime.
Chiquinho Brazão foi vereador na mesma legislatura que Marielle. E, como outros integrantes da Câmara, prestou depoimento à Delegacia de Homicídios nas primeiras semanas após o duplo homicídio. No mesmo dia que ele foi à Polícia Civil,investigadores receberam uma denúncia anônima feita para atribuir o crime a um adversário de sua família: o ex-vereador Marcelo Siciliano.
No dia 27 de abril de 2018, Chiquinho Brazão prestou depoimento à Polícia Civil em uma fase da investigação em que boa parte dos vereadores que tinham mandato com Marielle falaram à Delegacia de Homicídios. No mesmo dia, uma denúncia anônima foi feita para atribuir o crime ao ex-vereador Marcelo Siciliano - que disputava eleitoralmente parte da Zona Oeste com a família Brazão - e ao miliciano Orlando Curicica.
Em 2019, um relatório da Polícia Federal mostrou que testemunhas foram plantadas para relacionar Siciliano à morte de Marielle e, assim, desviar o foco das investigações.
Depoimento
Perguntado se conhecia Marielle, Chiquinho afirmou que “nunca manteve relacionamento pessoal com a mesma, somente dentro do parlamento”, e que soube da morte dela e do motorista Anderson Gomes enquanto jantava com um outro vereador, na Barra da Tijuca.
Nota
Em nota, o deputado Chiquinho Brazão disse que " a despeito das hipóteses levantadas pela mídia e da falta de idoneidade do relato de um criminoso que fez dos assassinatos sua forma de vida, coloca-se à disposição das autoridades para todo e qualquer esclarecimento, ao passo em que, com serenidade e amparado pela verdade, aguarda o esclarecimento dos fatos".
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