Bolsonaro diz que governo suspendeu compra de seringas até que preços 'voltem à normalidade'

06/01/2021

O globo Por Daniel Gullino

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Presidente afirmou que estados e municípios têm estoques suficientes para início de vacinação contra Covid-19

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringa até que os preços "voltem à normalidade". Bolsonaro também disse que estados e municípios têm estoques de seringas suficientes para o início da vacinação contra a Covid-19.

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Na semana passada, uma licitação realizada pelo Ministério da Saúde para comprar seringas e agulhas fracassou. A pasta só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades enquanto buscava adquirir 331,2 milhões. As empresas reclamaram que os preços pagos pelo governo estavam abaixo dos praticados no mercado.

"Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade. Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande", escreveu o presidente no Facebook.

VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 AVANÇA EM MAIS PAÍSES1 de 11A vice-presidente eleita dos Estados Unidos, Kamala Harris, recebe uma dose da vacina contra a COVID-19 no United Medical Center, em Washington Foto: ALEX EDELMAN / AFPDeborah Cross aplica a vacina da Pfizer-BioNTech contra Covid-19 no enfermeiro gerente clínico Bernie Waterhouse no St James's Hospital, em Dublin, capital da Irlanda. País deu início nesta terça-feira (29) ao programa de vacinação contra o coronavírus com equipe em quatro hospitais em toda a República Foto: MARC O'SULLIVAN / AFPEstefania Zeurnja, 29, é inoculada com dose da vacina russa Sputnik V contra o coronavírus, no hospital Dr. Pedro Fiorito, em Avellaneda, arredores de Buenos Aires, Argentina. O país, que iniciou sua campanha de imunização nesta terça-feira, é o primeiro das Américas a usar o imunizante produzido pela Rússia Foto: AGUSTIN MARCARIAN / REUTERSAnnie Lynch, uma mulher de 79 anos de Dublin, é aplaudida pela equipe após se tornar a primeira pessoa a receber a vacina Pfizer BioNTech COVID-19 no St James's Hospital ao lado de profissionais de saúde do hospital que foram também vacinados Foto: MARC O'SULLIVAN / AFPIdosa deixa uma estação de vacinação em Moscou nesta terça, quando a Rússia passou para segunda etapa de vacinação, imunizando, agora, pessoas com mais de 60 anos Foto: NATALIA KOLESNIKOVA / AFPPUBLICIDADEUm profissional de saúde segura um frasco da vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 na casa de saúde Protypos Nikios Xenonas, em Nicósia, Chipre Foto: CHRISTINA ASSI / AFPMulher recebe uma injeção durante a primeira fase de ensaio de uma vacina iraniana produzida localmente contra o coronavírus na capital do Irã, Teerã Foto: - / AFPO Arcebispo Chrysostomos II de Chipre recebe sua primeira dose da vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 no Centro de Saúde Latsia, no sul de Chipre Foto: CHRISTOS AVRAAMIDES / AFPMilitar das Forças Coreanas dos Estados Unidos recebe a primeira rodada da vacina Moderna na Base Aérea de Osan, ao sul de Seul, na Coreia do Sul Foto: HANDOUT / AFPHomem recebe dose de vacina contra coronavírus em Dubai, Emirados Árabes Foto: ABDEL HADI RAMAHI / REUTERSPUBLICIDADEA médica especialista Anita Kaleja recebe a vacina Pfizer / BioNTech quando a Letônia inicia a vacinação contra a COVID-19, no hospital em Ventspils, Letônia Foto: INTS KALNINS / REUTERS

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Depois do fracasso, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que realizaria "novos certames" para buscar os materiais e que o pregão no qual não conseguiu realizar a compra seria apenas a "primeira parte" da negociação."O resultado não é final e sim da primeira parte, por isso terão novos certames, outros pregões, como previsto em Lei", diz a nota.

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde acertou, em uma reunião com representantes de três fabricantes de seringas, que as fábricas irão fornecer 30 milhões de seringas e agulhas até o final do mês de janeiro, como mostrou o blog da colunista Míriam Leitão. O primeiro lote, com três milhões de unidades, será entregue na sexta-feira.

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Além disso, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia passou a exigir, desde 1º de janeiro, uma licença especial para autorizar a exportação de agulhas e seringas , o que deixará o processo de liberação das mercadorias mais lento que o normal.

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Em paralelo, o governo deve zerar o imposto de importação de agulhas e seringas. O pedido para zerar o imposto sobre importação de agulhas e seringas foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. Hoje, o imposto é de 16%.