Além de Moraes, outros ministros do STF também sofreram ataques; veja quais

17/07/2023

Fonte: O globo Por Julia Noia — Rio de Janeiro

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Ministro, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi chamado de "bandido" e "comunista" em um aeroporto em Roma. Caso é investigado pela Polícia Federal

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua família sofreram agressões verbais nesta sexta-feira, em um aeroporto em Roma. De viagem, o magistrado foi abordado por três brasileiros que chamaram-no de "bandido, comunista e comprado" e um deles tentou desferir um tapa em seu filho. O caso começou a ser investigado pela Polícia Federal.

O magistrado, duramente criticado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, já foi alvo de agressões diretas em outras ocasiões. Em maio de 2020, a entrada de sua residência em São Paulo, seu estado de origem, foi cercada por três manifestantes que não concordaram com a decisão de Moraes em negar a nomeação, à época, de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal. Dois dos manifestantes foram condenados por ameaça, difamação, injúria e perturbação do sossego.

Ele também foi atacado por diversas vezes em redes sociais tanto por aliados de Bolsonaro quanto pelo próprio ex-presidente. No entanto, Moraes não foi o único integrante do STF a sofrer agressões verbais.

Luís Roberto Barroso

 

Em junho de 2022, quando ainda presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso foi atacado verbalmente por um homem em Harvard, uma universidade dos Estados Unidos. Na ocasião, ele chamou o ministro de "satanás" e "demônio".

Em novembro, logo após o segundo turno das eleições, Barroso voltou a ser atacado verbalmente, agora em Nova York. Uma mulher o abordou na rua e falou em tom ameaçador: "Cuidado... O povo brasileiro é maior do que a Suprema Corte". Em outra ocasião, também em Nova York, após ser xingado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e questionado sobre as urnas eletrônicas, Barroso rebate: "Perdeu, mané. Não amola".

Quando ainda ocupava a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em julho passado, Barroso foi criticado publicamente por Bolsonaro, que alegou que o ministro usava de uma "história esfarrapada" e de uma "resposta imbecil" para afirmar que o voto impresso feriria o sigilo das eleições. Um mês depois, voltou a criticar o magistrado, a quem acusou de prestar "um desserviço para a população brasileira".

 

Cármen Lúcia

 

Pouco antes do segundo turno das eleições de 2022, a ministra Cármen Lúcia foi atacada pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson nas redes sociais. Em uma publicação, o ex-dirigente do PTB comparou a magistrada a uma prostituta, a quem também se refere como "Bruxa de Blair".

Logo depois do primeiro turno das eleições do ano passado, a magistrada chegou a ser criticada publicamente pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. Ele afirmou que a ministra estaria buscando causar "constrangimento pré-eleitoral" por determinar a apuração do envolvimento do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro em esquema de corrupção no Ministério da Educação.