Chave para a cura do HIV pode ser a mesma usada nas vacinas de mRNA, aponta estudo pioneiro
13/06/2025

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Cientistas australianos desenvolveram uma forma de identificar o vírus nas células sem que ele consiga se multiplicar. Eles usaram um RNA mensageiro, do mesmo tipo dos imunizantes da Pfizer e da Moderna.
Pesquisadores australianos utilizaram a mesma tecnologia das vacinas de mRNA para desenvolver uma forma de tornar o HIV visível dentro das células onde ele costuma se esconder, segundo estudo publicado na revista científica "Nature Communications".
A descoberta é considerada importante porque um dos maiores obstáculos para a cura do HIV é justamente a capacidade que o vírus tem de permanecer oculto e inativo nas células T CD4+, um tipo de glóbulo branco essencial para o sistema imunológico.
Atualmente quase 40 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo e os remédios disponíveis conseguem suprimir o vírus a níveis indetectáveis. Mas eles não conseguem eliminá-lo porque o HIV permanece latente e volta a se reproduzir se a terapia antirretroviral for interrompida.
No estudo, os cientistas usaram nanopartículas para entregar mensagens genéticas que “acordam” o vírus latente sem ativar as células ou causar efeitos tóxicos. Uma vez visível, o HIV pode se tornar alvo do sistema imunológico ou de futuras terapias projetadas para eliminar as células infectadas, afirmam os pesquisadores.
“Esta é a primeira vez que esta estratégia demonstrou funcionar tão bem em células infectadas pelo HIV. Nossa esperança é que este novo design de nanopartícula possa ser um novo caminho para a cura”, disse a pesquisadora Paula Cevaal.
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