Coreia, Japão e Singapura na dianteira do envelhecimento ativo

11/06/2024

Fonte: g1 Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

COMPARTILHE

Iniciativas vão de cidades do aprendizado contínuo a espaço de lazer para a convivência de três gerações

Nem todo país rico vem dando a devida atenção à questão do envelhecimento da população. Mais uma vez, é o Oriente que sai na frente com políticas públicas que poderiam nos inspirar a tentar algo semelhante. Na Coreia do Sul, 169 municipalidades já receberam o título de “cidade do aprendizado contínuo”, com espaços que oferecem aulas voltadas para o segmento sênior espalhados por todos os bairros, como conta Ken Stern, fundador do Longevity Project, ligado ao Centro de Longevidade da Universidade Stanford, que prepara livro sobre o tema.

Além das centenas de cursos idealizados não apenas para ensinar, mas também para ajudar a construir conexões sociais, o próximo passo será engajar 50 universidades na iniciativa. A Universidade Kyungnam, no sul do país, é uma delas e, em menos de um ano, montou um currículo para a School of Future Life (Escola da Vida do Futuro). Já são 120 alunos inscritos, com idades que variam entre 25 e 75 anos, num modelo que estimula a convivência entre gerações.

A cidade japonesa de Fukuoka tem 1.5 milhão de habitantes, sendo que 30% acima dos 65 anos. Com a estimativa de que uma em cada cinco pessoas desenvolverá algum tipo de demência, a estratégia adotada é se tornar um lugar amigável para essa população, criando serviços para que os idosos possam viver em suas casas pelo maior tempo possível.

 

No Dementia Friendly Center (Centro Amigo da Demência), que funciona como uma espécie ponto de referência na cidade, portadores de declínio cognitivo desempenham atividades como dar boas-vindas ou ciceronear uma visita. Ali é possível conhecer produtos que auxiliarão os indivíduos a se manter independentes, como um fogão que desliga sozinho.

 

Em Singapura, o objetivo é expandir a intergeracionalidade ao máximo. No bairro de Queenstown, que funciona como um laboratório para as políticas públicas de um envelhecimento saudável (e sobre o qual escrevi algumas colunas), foi criado um espaço que reúne três gerações: idosos, estudantes de Ensino Médio e universitários, sendo que esses últimos funcionam como uma espécie de interlocutores para aproximar as diferentes faixas etárias. Na área de lazer de uma escola, é possível encontrar jovens e velhos jogando o tradicional mahjong, boliche virtual ou numa competição de conhecimentos gerais sobre o país. Acima de tudo, eles se divertem e derrubam barreiras que alimentam o etarismo.