Aulas de dança contra o isolamento

15/07/2024

Fonte: g1 Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

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Em Nova York, iniciativa criada em 2009 para pessoas de baixa renda já beneficiou 5 mil idosos.

A começar pelo nome, Dances for a Variable Population (Danças para uma População Variada), que remete à questão da diversidade, tudo me encantou nesse projeto voltado para idosos de baixa renda em Nova York. Criado pela bailarina e coreógrafa Naomi Goldberg Haas em 2009, a iniciativa já beneficiou mais de 5 mil pessoas e realizou cerca de 2.500 apresentações, todas grátis, em espaços icônicos da cidade, como Times Square e High Line.

“Utilizamos a dança como um instrumento de conexão social”, explica Ellis Wood, diretora da organização. “Na maioria das vezes, esses alunos chegam como ‘conchas’, fechados em si mesmos. Com o trabalho de letramento do corpo, desenvolvem flexibilidade, equilíbrio e criatividade. Quando se apesentam, são outros, é um triunfo”, completa.

Há aulas em 25 centros comunitários – chamadas de “Movement speaks” (“O movimento fala”) – ministradas por cerca de 20 professores, mas também sessões on-line, ao ar livre e gravadas, disponíveis no site da entidade. Quando há exibições para o público, são realizadas oficinas para os interessados, mas o mais importante, segundo Woods, “é mostrar a beleza da performance dos idosos, assistir à eloquência dos corpos maduros e testemunhar o espírito de criação e colaboração entre gerações”.

Num trabalho ativo para captar doadores e expandir seu raio de ação, a organização é avaliada por consultores externos e pelos próprios alunos – mulheres em sua maioria, claro. De acordo com Woods, os números apontam que estão no caminho certo: 96% disseram que as aulas melhoram sua saúde física e mental; 91% afirmaram que sua autoconfiança aumentou; para 90%, sua criatividade se expandiu; e, para 89% houve um fortalecimento das conexões sociais.