Marcello Antony explica decisão de contar que filho tinha gene do HIV: 'Foi natural'

17/06/2025

Fonte: revistaquem.globo.com Por Júlia Andrade

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Ator fala da paternidade de três filhos e dois enteados, do casamento com Carol Villar, e explica chegada de Francisco em sua vida em 2003

Marcello Antony, de 60 anos de idade, tem cinco motivos para se orgulhar quando o assunto é paternidade. São eles: Stephanie, 25, e Francisco, 22, adotados na antiga relação com Mônica Torres, os enteados Lucas, 24, e Louis, 20, filhos da esposa, Carolina Villar, e o caçula Lorenzo, 13, do atual relacionamento.

"Ser pai na minha vida foi fundamental, acho que faz parte do ciclo da vida. Entendo e respeito todos aqueles que não queiram ter filhos, isso faz parte de cada um, o caminhar de cada um, mas é parte do meu lado. Óbvio que não imaginava ser pai de cinco filhos, na realidade são dois enteados, mas que eu considero como dois filhos também. Isso só me enriquece e me engrandece", declara à Quem.

Filhos entregadores de aplicativo e coordenador de cozinha

 

Vivendo em Portugal desde 2018, onde trabalha atualmente como corretor de imóveis de luxo, Antony virou assunto ao falar das escolhas profissionais de três dos cinco filhos na Europa. Ele explica à Quem o incentivo ao trabalho conforme as decisões de cada um.

"Meus filhos aqui têm a total liberdade para encontrar o caminhar deles, com a minha orientação, é óbvio. Nunca forcei eles a nada e, na verdade, eles que me comunicaram o que eles estavam fazendo da vida deles", relata.

Hoje, Francisco é um coordenador de cozinha de um restaurante em terras portuguesas após ter começado como auxiliar. "Futuramente, ele quer ser um grande chef de cozinha. É o que ele optou e ele tem toda a força minha para isso", defende.

Já os dois enteados, considerados filhos, estão morando na Holanda, como entregadores de comida por aplicativo com o incentivo do artista. "Foi uma opção deles. Eles estão muito bem fazendo o dinheirinho deles, eles têm certeza disso. Eles têm coisa bem maior que vem lá na frente e eles têm esse entendimento. Para mim, é o que mais interessa. Não me preocupo com nenhuma repercussão com relação a isso não", comenta.

Independentemente de privilégios ou fama de Antony, ele preza pela individualidade dos objetivos de cada membro da família. A função que ocupam não é uma questão. "Sempre teve um incentivo da minha parte com relação a eles acharem o caminho da vida deles. Acho que basicamente você não vai achar o seu caminho de primeira. O próprio caminhar já é a grande lição que eles aprenderam", afirma.

"Onde eles, por ventura, um dia vão chegar, tem que se dar o primeiro passo. Dando o primeiro passo, o universo vai conspirar para levá-los aonde eles têm que chegar", completa.

Outro assunto que repercutiu na mídia foi Antony rebater o preconceito contra adotar uma criança com o gene do HIV, que foi o que aconteceu com Francisco em 2003. "A revelação disso foi uma forma natural totalmente. Até porque ele não tem HIV. Ele tinha uma possibilidade de continuar com esse vírus, o que não aconteceu", conta.

"Já pequeno, ele já não tinha mais esse vírus. Na verdade, ele só nasceu com o vírus da mãe biológica dele e que, com os poucos meses dele, isso foi saindo do corpo dele naturalmente, graças a Deus. Ele nunca conviveu com o HIV, nunca teve um convívio. O que existiu era uma possibilidade remota dele continuar com esse vírus no corpo", completa.

O ator explica a escolha de não revelar essa informação na época em meio ao estigma social. "Não tinha o porquê revelar isso na época. Só me senti a vontade de comentar sobre esse assunto já ele 18, 19 anos de idade. Foi de uma certa forma natural isso", afirma.

Tornar público tanto tempo depois foi motivado pela função social de combater qualquer discriminação. "Acho que a importância de falar sobre esse assunto publicamente é justamente a maneira que achei de incentivar as pessoas que queiram passar pela adoção. De que o amor vence qualquer barreira, independentemente de qualquer situação. Foi uma maneira de incentivar as pessoas que têm o desejo da adoção de fazê-lo sem medo de qualquer coisa", declara.

"O Francisco não sofreu preconceito nenhum. Zero preconceito, até porque ele não é soropositivo e nunca chegou a ser. Aqui em Portugal, em relação a isso, não teve nenhum problema, nenhum comentário, nada", conclui.