Isabel Fillardis conta por que decidiu voltar a cantar após câncer na língua

01/04/2024

Fonte: revistaquem.globo.com Por Carla Neves

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A artista, que começou a carreira como cantora do grupo "As Sublimes", sucesso dos anos 1990, sobe ao palco do Blue Note São Paulo neste sábado (30), às 22h30

Isabel Fillardis, de 50 anos, está retomando sua carreira de cantora. Antes de se tornar atriz foi na música que a carioca iniciou sua vida artística como integrante do grupo As Sublimes, que fez grande sucesso nos anos 1990. O nome é uma referência ao The Supremes, grupo vocal de Diana Ross. A música Boneca de Fogo, canção do grupo, chegou ao topo das paradas de sucesso. Mas a carreira de atriz falou mais alto, principalmente depois de estourar com a personagem Ritinha, de Renascer, que marcou sua estreia na televisão.

Mas agora Isabel volta aos palcos no show Refeita, que faz sua estreia nacional nesta sábado (30), no Blue Note São Paulo. "O desejo de voltar a cantar veio com a possibilidade de, talvez, não voltar mais a falar", diz ela, que foi diagnosticada com um câncer na língua no final de 2013, logo após dar à luz seu terceiro filho.

A doença poderia impedi-la de cantar ou mesmo falar normalmente. "Isso mexeu com a minha alma, com a minha alma de artista, mexeu com esse dom que recebi. E isso me fez retomar o caminho, porque foi na música que tudo começou para mim", conta Isabel, emocionada.

Refeita

 

O título do show, Refeita, reflete o momento em que Isabel, que chegou aos 50 em agosto de 2023, e está se revendo e se refazendo. "São canções que falam e contam um pouco da minha história. São referências musicais que eu tenho ao longo da minha trajetória no canto. Tem canções de artistas que são referências para mim, como Sandra de Sá e Tim Maia. Também faço algumas releituras, entre elas, uma música do Benito de Paula. No geral, apresentarei um repertório de black music e R&b, americano brasileiro", adianta a artista.

Isabel reforça que, apesar de emendar uma novela na outra nos últimos anos — atualmente ela ainda roda o país em turnê com a peça Abismo de Rosas —, nunca deixou de cantar.

"Minha relação com a música começou de uma forma muito genuína, ainda adolescente, dentro de casa, com meu micro system... Levando ele para o banheiro e imitando minhas cantoras favoritas... Imitando Michael Jackson, Marisa Monte, Sandra de Sá, Diana Ross... E por aí vai", recorda.

Depois disso, Isabel começou a cantar em viagem com amigos, na época de modelo: voz e violão. "Os amigos levavam violão e eu sempre cantava junto. Todo mundo começou a elogiar, a dizer que eu tinha uma voz bonita, mas eu sempre levei na brincadeira. Até que surgiu o convite para fazer audição para o grupo 'As Sublimes', que foi onde tudo começou para mim, artisticamente falando", conta.

A necessidade de se refazer é tanta que Isabel também já começou a escrever sua biografia. Ainda sem título definido, ela planeja lançar no fim do ano. E é ela mesma quem está escrevendo sua história. Também no segundo semestre, a atriz poderá ser vista no cinema no filme Madame Durocher.

O longa-metragem conta a história de Durocher, francesa que chegou ao Brasil em 1816 e se tornou a parteira mais conhecida do Rio, atendendo indigentes, prostitutas e a família real portuguesa. "Essa sou eu: plural, uma artista que tenta não se limitar, mas que tem a música como norte", descreve.