Danni Suzuki: "A maturidade nos preserva de muitos desgastes desnecessários"
20/11/2024
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Em bate-papo com a Vogue, a atriz fala sobre o filme "Segredos", que protagoniza em inglês, como cuida da sua saúde e bem-estar e a proximidade dos 50 anos
Danni Suzuki chega ao fim do ano com novidades em sua carreira. A atriz acaba de protagonizar o longa "Segredos", no qual atua inteiramente em inglês, que conta a história de um casal que tenta manter as aparências e foi rodado em Passo Fundo (RS) e Joinville (SC). Agora, ela se prepara para estrear no comando de “New Faces”, programa que celebra a diversidade e inclusão no mundo da moda. "Sinto que atravesso um momento de abertura de novos caminhos", diz à Vogue Brasil.
Para ela, seus feitos representam avanços no reconhecimento de artistas orientais no mercado. "É a primeira vez que uma atriz com ascendência asiática protagoniza um longa-metragem no Brasil", diz. "Além de um marco histórico, é uma grande conquista, pois existem muitos atores amarelos extremamente talentosos, que merecem e devem ocupar esse lugar. Precisamos reconhecer a beleza da nossa diversidade e mostrar isso de uma forma coerente em nossas obras", defende.
Aos 47 anos e mãe de Kauai, de 13 anos, diz não pensar na chegada aos 50. "Vivo cada dia e ano intensamente, no momento presente", afirma. Em bate-papo com a Vogue, a atriz fala de carreira, saúde, bem-estar e envelhecimento. "Tem suas vantagens. Enquanto alguma perda de energia física é sentida, a maturidade nos preserva também de muitos gastos desnecessários", avalia.
Veja o bate-papo abaixo!
Vogue: Como surgiu o convite para "Segredos"?
Danni Suzuki: Um professor que eu tive no NY Film Academy em Los Angeles, Bruce Ducat, estava no Brasil dando um workshop e ficou sabendo que Emiliano [Ruschel, que dirige e atua no longa] estava em busca de uma atriz que tivesse fluência no inglês pra protagonizar o filme, então, ele me indicou. Nossa preparação se iniciou pela internet e foi excelente. Bruce seguiu como nosso coach no projeto. É maravilhoso trabalhar com Emiliano, tudo flui bem.
Vogue: O que esse filme significa em sua carreira?
Danni: É um trabalho muito importante pra mim pessoalmente por ser minha primeira protagonista em um filme todo em inglês, e acima disso é a primeira vez que uma atriz com ascendência asiática protagoniza um longa-metragem no Brasil. Além do desafio da língua, é um personagem que exige uma dedicação mais profunda e aborda temas que considero importantes de serem pontuados.
Vogue: E o que esse feito representa para atrizes brasileiras com ascendência aisática?
Danni: Além de um marco histórico, é uma grande conquista, pois existem muitos atores amarelos extremamente talentosos, que merecem e devem ocupar esse lugar. Precisamos reconhecer a beleza da nossa diversidade e mostrar isso de uma forma coerente em nossas obras.
Vogue: Alguma curiosidade para contar sobre as gravações?
Danni: A gente abre o filme com os verdadeiros bailarinos do Ballet Bolshoi, e como uma ex-bailarina sinto muito orgulho de ver o ballet sendo também prestigiado. É um filme feito por amigos, com moradores reais da cidade, e ver a diversidade de locações em Passo Fundo, no RS, também foi uma grata surpresa!
Vogue: Foi difícil interpretar em outro idioma?
Danni: Em alguns momentos tivemos um desafio em dose dupla, especialmente em cenas de muita emoção em que naturalmente temos vontade de recorrer à língua materna, mas no geral tentamos manter o hábito de falar inglês no set. Tem uma hora que você começa a sonhar em inglês também.
Vogue: Como define seu momento atual profissionalmente e pessoalmente falando?
Danni: Sinto que atravesso um momento de abertura de novos caminhos. Mesmo concluindo projetos e vendo que alguns sonhos antigos estão se concretizando, vejo outros começando a se tornar sonhos. De qualquer forma não importa a fase da vida, me sinto sempre como uma grande aprendiz por aqui. Sempre em busca de estudar mais e curiosa de experimentar novos caminhos.
Vogue: Você completou em setembro 47 anos. Já pensa na chegada dos 50?
Danni: Não penso mesmo. Vivo cada dia e ano intensamente, no momento presente.
Vogue: Como cuida de seu corpo?
Danni: Bebo muita água e faço esportes. Me alimento muito bem também no geral, ao mesmo tempo, me permito comer tudo que tenho vontade.
Vogue: E da mente?
Danni: É a parte mais importante. Meditação é a minha mais perfeita aliada.
Vogue: Se considera uma pessoa vaidosa?
Danni: Acredito que o suficiente para cuidar de mim mesma com muito amor e dedicação. Sei que meu corpo é o instrumento que me permite fazer muitas coisas e viver muitas experiências únicas. Preciso estar atenta a ele com um olhar precioso.
Vogue: Como lida com o envelhecimento?
Danni: Como algo muito natural da vida. Tem suas vantagens. Enquanto alguma perda de energia física é sentida, a maturidade nos preserva também de muitos desgastes desnecessários. Envolve adotar uma abordagem positiva e equilibrada da vida, focando na aceitação das nossas mudanças físicas e emocionais dessa fase. É importante cultivar uma mentalidade aberta, valorizando a experiência e a sabedoria adquiridas ao longo dos anos. Praticar hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, exercícios regulares e cuidados com a saúde mental, é algo que deveríamos entender como necessários desde sempre. Além disso, manter conexões sociais e buscar novas atividades que estimulem a mente e o corpo são fundamentais. O passar dos anos pode ser uma oportunidade para redescobrir paixões e estabelecer novos objetivos, celebrando cada fase da vida com gratidão e resiliência.
Vogue: O New Faces estreia no dia 21 no E! Entertainment. Como será o programa?
Danni: Um reality em que mulheres de idades e perfis muito diferentes disputam um lugar no mercado da moda como novo rosto de algo mais urgente do que nunca: a diversidade! Uma série de provas que revelam talentos que nem a pessoa sabia que tinha. Um dos projetos mais emocionantes nos quais já estive envolvida. Um programa extremamente corajoso e cheio de surpresas.
Vogue: Qual a importância, na sua opinião, da diversidade no mundo da beleza e da moda?
Danni: É essencial pra promover a representatividade, porque permite que diferentes etnias, corpos, idades e estilos sejam valorizados, o que quebra estereótipos e cria uma visão mais inclusiva de beleza. Essa representação ajuda a aumentar a autoestima de pessoas que se veem refletidas nas campanhas, incentivando a aceitação da própria identidade. Além disso, a diversidade impulsiona a inovação e a criatividade, e traz novas perspectivas e ideias que enriquecem a indústria, tornando-a mais dinâmica e conectada com a realidade de uma sociedade plural.
Vogue: Quais são seus sonhos/metas daqui pra frente?
Danni: São muitos! Concluir alguns projetos em andamento, realizar filmes e séries que já escrevi e concluir também alguns livros.
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